HOAX se espalha pela INTERNET:
Os hoaxes, também conhecidos como "pulhas", "boatos" ou "lendas virtuais", são caracterizados por sua linguagem tipicamente marcada pela ênfase no caráter emergencial, na gravidade ou na urgência do fato, além do tom emocional ou sensacionalista usados com o intuito de seduzir o leitor e, ainda, o típico e insistente apelo para que seja repassada ao máximo de pessoas.
Estes atributos, que muitas vezes se tornam até mais evidentes do que as próprias informações da mensagem, se forem bem observados, nos permitirão facilmente distinguir uma pulha de uma mensagem honesta. Como forma de transmitir uma pseudo credibilidade ao fato, o hoax costuma citar termos científicos - embora muitas vezes incoerentes e mencionar nomes de autoridades ou de instituições reconhecidas, inclusive de organizações humanitárias e governamentais. Além disso, a autoria da mensagem não se identifica ou se identifica de forma dissimulada usando dados irreais. Contudo, um dos principais indicadores de falsas mensagens é o simples fato de serem objetos de repasses reiterados, pois muitos o fazem ingenuamente, sem averiguar quaisquer características ou sem tampouco lerem o conteúdo.
(Podem ser chegados no endereço: http://www.quatrocantos.com/LENDAS/)
Esclarecimento dos E-Mails (HOAX) Que Circulam na INTERNET: O e-mail Oficial da Campanha da Mamografia Digital Gratuita,(http://www.cancerdemama.com.br/) pode ser acessado e enviado pelo site da campanha no item: ENVIE. No e-mail Oficial da Campanha consta o nome do Instituto Neo Mama, endereço e telefone. Na Internet circulam alguns e-mails com textos apelativos tais como: - O site cancerdemama.com.br vai acabar ou vai sair do ar. - O site vai perder o patrocínio da Tuperware, AVON e etc. - Menciona que entidades como INCA, Instituto do Câncer e outros vão fechar. Acreditamos que boa parte desses e-mails surgiram de pessoas que no intuito de ajudar, criaram textos apelativos com a intenção de comover e incentivar a ajuda. Porém, é nossa obrigação informar aos nossos colaboradores que não procede a veracidade desses e-mails. E principalmente isentar e enaltecer o belo trabalho de combate ao câncer realizado pelas entidades mencionados, bem como a bela campanha realizada pela AVON chamada "Um Beijo Pela Vida"(*) Caso você receba algum e-mail diferente dos citados acima. Por favor, envie para neomama@neomama.org.br para que seja dado o devido esclarecimento.
(*) Um Beijo pela Vida A Avon fará uma doação de 7% do valor da venda de cada produto vendido desta página (http://store.avon.com.br/avonstore/dept.asp?dept_id=9956), para apoiar entidades que lutam contra o câncer de mama. A Avon é auditada internacionalmente pela Price WaterhouseCoopers.
Colaboração: VDRuiz
segunda-feira, 31 de março de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
Escola Base - Caso antigo, mas vale lembrar
A última aula da Escola Base
Cobrança de indenização milionária pode forçar a imprensa
a pagar por seus erros num assassinato social
Os sinos dobraram de novo pela Escola Base. Na primeira quinzena de dezembro, o caso voltou ao noticiário quando o juiz Paulo Aliende Ribeiro, da 5ª Vara da Fazenda Pública, condenou o governo do Estado de São Paulo a pagar uma indenização de cem salários mínimos a dois donos da escola, Icushiro Shimada e sua mulher Maria Aparecida, e um colaborador, Maurício de Alvarenga. A indenização cobre apenas os danos morais, devendo ser feita uma perícia para avaliar os prejuízos materiais das vítimas. O advogado Kalil Abdalla disse que vai recorrer e insistir em cobrar do Estado uma indenização de R$ 2,8 milhões para cada um. Essa é a parte do Estado. Como fica o erro da imprensa? “Eu acho que a imprensa tem a sua parcela de culpa”, disse Shimada no programa Opinião Nacional da TV Cultura de São Paulo em 12/12. No entanto, seu advogado não quer briga com os meios de comunicação. Mas a advogada Maria Elisa Munhol, que representa o casal Saulo e Mara Nunes, outros denunciados no episódio, já está processando as TVs Globo e SBT e os jornais Folha de S.Paulo, Folha da Tarde e Notícias Populares. Ela quer que esses meios de comunicação paguem R$ 3,2 milhões a cada um dos seus clientes (JB, 11/12). Não há notícia, no Brasil, de uma indenização tão alta por danos morais ou materiais. Os juízes preferem arbitrar valores simbólicos que demarcam mas não desestimulam a repetição do erro. “Nos Estados Unidos custa caro indenizar por falsa acusação”, tripudiou a revista Veja ao noticiar (18/12) a indenização paga em acordo extrajudicial pela rede de televisão NBC ao guarda de segurança Richard Jewell, acusado por muitos jornais, rádios e Tvs americanos de ter armado a bomba que explodiu no estádio do Centenário durante a Olimpíada de Atlanta. Jewell foi citado como suspeito pelo FBI e a mídia o tratou como culpado — algumas vezes em longas reportagens onde nem a expressão “segundo fontes do FBI” foi usada como aval da calúnia (O New York Times omitiu de Jewell). O ex-guarda de segurança ameaça processar cada um deles, a menos que, como se antecipou a NBC, façam acordos de indenização. A quantia não foi revelada, mas, como no Brasil quem não sabe inventa, Veja inventou: “... é coisa pra lá de milhão.” No país da impunidade, o caso Escola Base é um dos mais eloqüentes da crônica policial desde que Pedro Álvares Cabral largou aqui criminosos degredados de Portugal. Em 28 de março de 1994, duas mães de alunos, Lúcia Eiko Tanoi e Cléa Parente, queixaram-se na delegacia do bairro do Cambuci de que seus filhos de quatro e cinco anos estavam sendo molestados sexualmente na escola e talvez levados numa Kombi para orgias num motel, onde seriam fotografados e filmados. O delegado Edélcio Lemos e a maior parte da mídia encamparam a denúncia como fato provado, mas ao final do inquérito os acusados foram declarados inocentes. Eles sofreram um assassinato social: perderam os empregos, a paz e isolaram-se da comunidade. Registre-se que a denúncia das mães era notícia de primeira página
O pecado original foi da polícia, mas é cristalino que a mídia espetacularizou a denúncia e a seguir assumiu as acusações como verdade provada e fechou os olhos para o linchamento dos acusados. Registre-se que a denúncia das mães era notícia de primeira página. Qualquer pai com filho na escola, em qualquer escola, possivelmente sentiu um frio na espinha ao saber da suspeita de pornografia com crianças. Mas era só notícia, não linchamento. Já nos primeiros dias da cobertura deveria ter sido aceso o sinal amarelo diante do desequilíbrio do delegado Edélcio Lemos. Ele assegurava, com convicção de vidente, a culpa dos acusados. Não parecia um investigador, mas uma testemunha ocular. Sua única “prova”, além do depoimento tatibitate das crianças, devidamente pajeadas pelas mães, era um telex do Instituto Médico Legal sugerindo violação sexual de um menino. Mais tarde, o laudo do IML foi dúbio e incapaz de se contrapor à evidência de que o garoto sofria de assaduras crônicas. “Ciente da fragilidade das provas que tinha em mãos, agiu [o delegado] com culpa, nas modalidades de imprudência e imperícia”, disse o juiz Paulo Ribeiro na sentença (JB, 11/12). Prudência e perícia se afastaram também do noticiário. “Perua escolar carregava crianças para orgia”, estampou a Folha da Tarde. Notícias Populares, um pasquim indigno da liberdade de imprensa, afirmava: “Kombi era motel na escolinha do sexo”. A orgia das invencionices alterava os hormônios da imprensa de elite. “Escola de horrores”, sentenciou a revista Veja. A cobertura escrachada não preservou ninguém, nem mesmo as crianças, reconhecíveis pela identificação dos pais e atazanadas em noticiários da TV. Em pleno jornal do meio-dia, emissoras pediam a um menino de quatro anos que contasse detalhes escabrosos do suposto molestamento sexual. “A tia passou a mão em você?”, sugeria a repórter da Globo à criança inocente que brincava com o microfone. A TV Cultura educava seus telespectadores com um jornalismo espúrio, conforme o diálogo do repórter com um garotinho, reproduzido pelo jornalista Alex Ribeiro no livro Caso Escola Base - Os abusos da imprensa: “— Esta mulher, ela deitava em cima de você? — Deitava. — O que ela fazia, o que ela queria? Diante da relutância do garoto, o jornalista sugeriu a resposta: — Te beijar a boca? O garoto respondeu com um aceno de cabeça...” Os erros da polícia e da mídia na Escola Base nada tiveram de originais. Apenas reiteraram a versão reforçada de uma sucessão de disparates profissionais, truculência, prepotência, desrespeito aos direitos humanos a que estão acostumados a polícia e a imprensa. E tome autocrítica: nunca a imprensa se penitenciou tanto de um erro, mas o fez genericamente. Se um erro grave foi cometido numa reportagem, deve ser feita uma reportagem grave sobre o erro. Ninguém fez isso
A autocrítica no jornalismo só é aceitável com jornalismo: cabe ao meio de comunicação reconhecer que errou (mentiu? inventou?) ao noticiar determinada fantasia ou barbaridade. Se um erro grave foi cometido numa reportagem, deve ser feita uma reportagem grave sobre o erro. Ninguém fez isso. A autocrítica genérica, ao debitar a trapalhada na costa larga “da imprensa”, serve para que tudo continue como sempre foi: erra-se e pede-se desculpa para ter direito a outro erro. A principal causa da tragédia foi o barbarismo policial e a conivência da mídia com esse barbarismo. Uma é o espelho canibal da outra. A polícia não investiga, condena e divulga. A imprensa divulga, condena e não investiga. Ao final, as vítimas se amontoam na próprio infortúnio, a polícia nunca é responsabilizada e a imprensa se defende com a alegação invariável que apenas publicou o que lhe disseram. Desde o número 1 deste boletim, lançado em março de 1995, a autocrítica da mídia no Caso Escola Base tem sido tratada como lágrimas de crocodilo: “O que a imprensa aprendeu com o caso da Escola Base — aquele em que, escudada num delegado afoito, crucificou, achincalhou inocentes e depois fez uma fugaz autocrítica ? Aparentemente, nada. O efeito Escola Base é nulo, por que é o método de trabalho das redações que forja esses casos, e de pouco adianta a má consciência posterior dos jornalistas. Como não mudaram os métodos, os escândalos com a reputação alheia continuam. Uma autocrítica profícua produziria mudanças na aceitação — às vezes, provocação — das levianas deduções da polícia. A imprensa joga fichas viciadas na roleta das investigações policiais, e ganha notícias que um questionamento mínimo deixaria inéditas. A imprensa não duvida da suposta eficiência com que, uma hora depois do crime, delegados saciam repórteres com teorias de Sherlock Holmes. Qualquer barbaridade é publicada com o habeas corpus ‘ Segundo a polícia...’ ”. A autocrítica foi tão inócua que dentro do Caso Escola Base a imprensa logo se esqueceu do erro e forjou outro — e desta vez dispensou a ajuda da polícia e mentiu sozinha. O delegado Lemos já estava afastado e em seu lugar assumira Jorge Carrasco quando, em abril, foi preso o americano Richard Pedicini, sob a suspeita de ceder o casarão em que morava, no bairro da Aclimação, para as “orgias” com as crianças. Levadas para reconhecer camas redondas e espelhos no teto, as crianças não reconheceram nada. Os policiais concordaram em que não houvera a identificação do local e despistaram os repórteres. No dia seguinte, abastecidos em off-de-record pelo advogado das mães, Artur Proppmair, alguns jornais detonaram os torpedos habituais: “Alunos da Escola Base reconhecem a casa do americano”, disse o Estadão; “Criança liga americano a abuso de escola”, disse a Folha. Note-se que em plena temporada de autocrítica a recidiva foi tão grave quanto a epidemia original. “No dia seguinte, até os delegados estavam indignados com aquela história”, escreveu o jornalista Alex Ribeiro.
Boletim 12, Novembro-Dezembro de 1996 © Instituto Gutenberg
Cobrança de indenização milionária pode forçar a imprensa
a pagar por seus erros num assassinato social
Os sinos dobraram de novo pela Escola Base. Na primeira quinzena de dezembro, o caso voltou ao noticiário quando o juiz Paulo Aliende Ribeiro, da 5ª Vara da Fazenda Pública, condenou o governo do Estado de São Paulo a pagar uma indenização de cem salários mínimos a dois donos da escola, Icushiro Shimada e sua mulher Maria Aparecida, e um colaborador, Maurício de Alvarenga. A indenização cobre apenas os danos morais, devendo ser feita uma perícia para avaliar os prejuízos materiais das vítimas. O advogado Kalil Abdalla disse que vai recorrer e insistir em cobrar do Estado uma indenização de R$ 2,8 milhões para cada um. Essa é a parte do Estado. Como fica o erro da imprensa? “Eu acho que a imprensa tem a sua parcela de culpa”, disse Shimada no programa Opinião Nacional da TV Cultura de São Paulo em 12/12. No entanto, seu advogado não quer briga com os meios de comunicação. Mas a advogada Maria Elisa Munhol, que representa o casal Saulo e Mara Nunes, outros denunciados no episódio, já está processando as TVs Globo e SBT e os jornais Folha de S.Paulo, Folha da Tarde e Notícias Populares. Ela quer que esses meios de comunicação paguem R$ 3,2 milhões a cada um dos seus clientes (JB, 11/12). Não há notícia, no Brasil, de uma indenização tão alta por danos morais ou materiais. Os juízes preferem arbitrar valores simbólicos que demarcam mas não desestimulam a repetição do erro. “Nos Estados Unidos custa caro indenizar por falsa acusação”, tripudiou a revista Veja ao noticiar (18/12) a indenização paga em acordo extrajudicial pela rede de televisão NBC ao guarda de segurança Richard Jewell, acusado por muitos jornais, rádios e Tvs americanos de ter armado a bomba que explodiu no estádio do Centenário durante a Olimpíada de Atlanta. Jewell foi citado como suspeito pelo FBI e a mídia o tratou como culpado — algumas vezes em longas reportagens onde nem a expressão “segundo fontes do FBI” foi usada como aval da calúnia (O New York Times omitiu de Jewell). O ex-guarda de segurança ameaça processar cada um deles, a menos que, como se antecipou a NBC, façam acordos de indenização. A quantia não foi revelada, mas, como no Brasil quem não sabe inventa, Veja inventou: “... é coisa pra lá de milhão.” No país da impunidade, o caso Escola Base é um dos mais eloqüentes da crônica policial desde que Pedro Álvares Cabral largou aqui criminosos degredados de Portugal. Em 28 de março de 1994, duas mães de alunos, Lúcia Eiko Tanoi e Cléa Parente, queixaram-se na delegacia do bairro do Cambuci de que seus filhos de quatro e cinco anos estavam sendo molestados sexualmente na escola e talvez levados numa Kombi para orgias num motel, onde seriam fotografados e filmados. O delegado Edélcio Lemos e a maior parte da mídia encamparam a denúncia como fato provado, mas ao final do inquérito os acusados foram declarados inocentes. Eles sofreram um assassinato social: perderam os empregos, a paz e isolaram-se da comunidade. Registre-se que a denúncia das mães era notícia de primeira página
O pecado original foi da polícia, mas é cristalino que a mídia espetacularizou a denúncia e a seguir assumiu as acusações como verdade provada e fechou os olhos para o linchamento dos acusados. Registre-se que a denúncia das mães era notícia de primeira página. Qualquer pai com filho na escola, em qualquer escola, possivelmente sentiu um frio na espinha ao saber da suspeita de pornografia com crianças. Mas era só notícia, não linchamento. Já nos primeiros dias da cobertura deveria ter sido aceso o sinal amarelo diante do desequilíbrio do delegado Edélcio Lemos. Ele assegurava, com convicção de vidente, a culpa dos acusados. Não parecia um investigador, mas uma testemunha ocular. Sua única “prova”, além do depoimento tatibitate das crianças, devidamente pajeadas pelas mães, era um telex do Instituto Médico Legal sugerindo violação sexual de um menino. Mais tarde, o laudo do IML foi dúbio e incapaz de se contrapor à evidência de que o garoto sofria de assaduras crônicas. “Ciente da fragilidade das provas que tinha em mãos, agiu [o delegado] com culpa, nas modalidades de imprudência e imperícia”, disse o juiz Paulo Ribeiro na sentença (JB, 11/12). Prudência e perícia se afastaram também do noticiário. “Perua escolar carregava crianças para orgia”, estampou a Folha da Tarde. Notícias Populares, um pasquim indigno da liberdade de imprensa, afirmava: “Kombi era motel na escolinha do sexo”. A orgia das invencionices alterava os hormônios da imprensa de elite. “Escola de horrores”, sentenciou a revista Veja. A cobertura escrachada não preservou ninguém, nem mesmo as crianças, reconhecíveis pela identificação dos pais e atazanadas em noticiários da TV. Em pleno jornal do meio-dia, emissoras pediam a um menino de quatro anos que contasse detalhes escabrosos do suposto molestamento sexual. “A tia passou a mão em você?”, sugeria a repórter da Globo à criança inocente que brincava com o microfone. A TV Cultura educava seus telespectadores com um jornalismo espúrio, conforme o diálogo do repórter com um garotinho, reproduzido pelo jornalista Alex Ribeiro no livro Caso Escola Base - Os abusos da imprensa: “— Esta mulher, ela deitava em cima de você? — Deitava. — O que ela fazia, o que ela queria? Diante da relutância do garoto, o jornalista sugeriu a resposta: — Te beijar a boca? O garoto respondeu com um aceno de cabeça...” Os erros da polícia e da mídia na Escola Base nada tiveram de originais. Apenas reiteraram a versão reforçada de uma sucessão de disparates profissionais, truculência, prepotência, desrespeito aos direitos humanos a que estão acostumados a polícia e a imprensa. E tome autocrítica: nunca a imprensa se penitenciou tanto de um erro, mas o fez genericamente. Se um erro grave foi cometido numa reportagem, deve ser feita uma reportagem grave sobre o erro. Ninguém fez isso
A autocrítica no jornalismo só é aceitável com jornalismo: cabe ao meio de comunicação reconhecer que errou (mentiu? inventou?) ao noticiar determinada fantasia ou barbaridade. Se um erro grave foi cometido numa reportagem, deve ser feita uma reportagem grave sobre o erro. Ninguém fez isso. A autocrítica genérica, ao debitar a trapalhada na costa larga “da imprensa”, serve para que tudo continue como sempre foi: erra-se e pede-se desculpa para ter direito a outro erro. A principal causa da tragédia foi o barbarismo policial e a conivência da mídia com esse barbarismo. Uma é o espelho canibal da outra. A polícia não investiga, condena e divulga. A imprensa divulga, condena e não investiga. Ao final, as vítimas se amontoam na próprio infortúnio, a polícia nunca é responsabilizada e a imprensa se defende com a alegação invariável que apenas publicou o que lhe disseram. Desde o número 1 deste boletim, lançado em março de 1995, a autocrítica da mídia no Caso Escola Base tem sido tratada como lágrimas de crocodilo: “O que a imprensa aprendeu com o caso da Escola Base — aquele em que, escudada num delegado afoito, crucificou, achincalhou inocentes e depois fez uma fugaz autocrítica ? Aparentemente, nada. O efeito Escola Base é nulo, por que é o método de trabalho das redações que forja esses casos, e de pouco adianta a má consciência posterior dos jornalistas. Como não mudaram os métodos, os escândalos com a reputação alheia continuam. Uma autocrítica profícua produziria mudanças na aceitação — às vezes, provocação — das levianas deduções da polícia. A imprensa joga fichas viciadas na roleta das investigações policiais, e ganha notícias que um questionamento mínimo deixaria inéditas. A imprensa não duvida da suposta eficiência com que, uma hora depois do crime, delegados saciam repórteres com teorias de Sherlock Holmes. Qualquer barbaridade é publicada com o habeas corpus ‘ Segundo a polícia...’ ”. A autocrítica foi tão inócua que dentro do Caso Escola Base a imprensa logo se esqueceu do erro e forjou outro — e desta vez dispensou a ajuda da polícia e mentiu sozinha. O delegado Lemos já estava afastado e em seu lugar assumira Jorge Carrasco quando, em abril, foi preso o americano Richard Pedicini, sob a suspeita de ceder o casarão em que morava, no bairro da Aclimação, para as “orgias” com as crianças. Levadas para reconhecer camas redondas e espelhos no teto, as crianças não reconheceram nada. Os policiais concordaram em que não houvera a identificação do local e despistaram os repórteres. No dia seguinte, abastecidos em off-de-record pelo advogado das mães, Artur Proppmair, alguns jornais detonaram os torpedos habituais: “Alunos da Escola Base reconhecem a casa do americano”, disse o Estadão; “Criança liga americano a abuso de escola”, disse a Folha. Note-se que em plena temporada de autocrítica a recidiva foi tão grave quanto a epidemia original. “No dia seguinte, até os delegados estavam indignados com aquela história”, escreveu o jornalista Alex Ribeiro.
Boletim 12, Novembro-Dezembro de 1996 © Instituto Gutenberg
Quem paga por um erro desses?
A última aula da Escola Base
Os donos da Escola Base, Maria Aparecida Shimada e seu marido Icushiro Shimada, e mais o colaborador Maurício de Alvarenga, ganharam uma indenização de cem salários mínimos por danos morais a ser paga pelo governo de São Paulo. Eles foram à Justiça depois que a polícia os acusou injustamente, em 1994, de promover orgias com menores na escola infantil que mantinham no bairro da Aclimação. O episódio é um dos mais graves da relação entre polícia-mídia-acusados da história do país. A polícia deu crédito excessivo a uma denúncia de mãe de alunos da escola, e a imprensa assumiu a queixa como se fosse fato provado. "Perua escolar carregava crianças para orgia", estampou , por exemplo, a Folha da Tarde. "Escola de horrores", sentenciou a revista Veja. Os acusados foram considerados inocentes ao final de um inquérito encerrado às pressas para que todos esquecessem o pesadelo. Nenhum policial foi punido, apesar de alguns acusados terem sido torturados, assim como não há notícia de que algum jornalista tenha recebido punição pelo péssimo comportamento profissional. O advogado dos três, Kalil Abdalla, não ficou satisfeito com o valor da indenização e anunciou que entrará com recurso pedindo R$ 2,8 milhões para cada um deles. Aballa não responsabiliza a imprensa pelo assassinato civil dos seus clientes.Mas a advogada Maria Elisa Munhol, que representa o casal Saulo e Mara Nunes, outros denunciados no episódio, está processando as TVs Globo e SBT e os jornais Folha de S. Paulo, Folha da Tarde e Notícias Populares. Ela quer que esses meios de comunicação paguem R$ 3,2 milhões a cada um dos ofendidos.
O caso Escola Base ficou como um símbolo da inexatidão e julgamento açodado da mídia. Talvez seja o caso em que houve maior autocrítica da imprensa, embora a causa do erro jamais tenha sido atacada : a relação promíscua entre repórteres e policiais. A imprensa continuou a divulgar como verdades as deduções precipitadas da polícia, que investiga pouco e julga muito. O recente episódio do suposto sequestro do menino D., tambem em São Paulo, foi uma repetição dolorosa da Escola Base. Um delegado incompetente não investigou minimamente o caso, prendeu os dois acusados, e eles foram expostos à execração pública e torturados por seus colegas de cárcere. Coube aos vizinhos fazer o trabalho que a polícia deveria ter feito: testemunharam que os acusados não mantinham o garoto amarrado num quarto escuro, como ele denunciara. Aí a imprensa descobriu que, mais uma vez, comprara gato por lebre.
Obs: tenha um planejamento para crises. Elas não escolhem hora para acontecer.
Consulte um assessor.
Os donos da Escola Base, Maria Aparecida Shimada e seu marido Icushiro Shimada, e mais o colaborador Maurício de Alvarenga, ganharam uma indenização de cem salários mínimos por danos morais a ser paga pelo governo de São Paulo. Eles foram à Justiça depois que a polícia os acusou injustamente, em 1994, de promover orgias com menores na escola infantil que mantinham no bairro da Aclimação. O episódio é um dos mais graves da relação entre polícia-mídia-acusados da história do país. A polícia deu crédito excessivo a uma denúncia de mãe de alunos da escola, e a imprensa assumiu a queixa como se fosse fato provado. "Perua escolar carregava crianças para orgia", estampou , por exemplo, a Folha da Tarde. "Escola de horrores", sentenciou a revista Veja. Os acusados foram considerados inocentes ao final de um inquérito encerrado às pressas para que todos esquecessem o pesadelo. Nenhum policial foi punido, apesar de alguns acusados terem sido torturados, assim como não há notícia de que algum jornalista tenha recebido punição pelo péssimo comportamento profissional. O advogado dos três, Kalil Abdalla, não ficou satisfeito com o valor da indenização e anunciou que entrará com recurso pedindo R$ 2,8 milhões para cada um deles. Aballa não responsabiliza a imprensa pelo assassinato civil dos seus clientes.Mas a advogada Maria Elisa Munhol, que representa o casal Saulo e Mara Nunes, outros denunciados no episódio, está processando as TVs Globo e SBT e os jornais Folha de S. Paulo, Folha da Tarde e Notícias Populares. Ela quer que esses meios de comunicação paguem R$ 3,2 milhões a cada um dos ofendidos.
O caso Escola Base ficou como um símbolo da inexatidão e julgamento açodado da mídia. Talvez seja o caso em que houve maior autocrítica da imprensa, embora a causa do erro jamais tenha sido atacada : a relação promíscua entre repórteres e policiais. A imprensa continuou a divulgar como verdades as deduções precipitadas da polícia, que investiga pouco e julga muito. O recente episódio do suposto sequestro do menino D., tambem em São Paulo, foi uma repetição dolorosa da Escola Base. Um delegado incompetente não investigou minimamente o caso, prendeu os dois acusados, e eles foram expostos à execração pública e torturados por seus colegas de cárcere. Coube aos vizinhos fazer o trabalho que a polícia deveria ter feito: testemunharam que os acusados não mantinham o garoto amarrado num quarto escuro, como ele denunciara. Aí a imprensa descobriu que, mais uma vez, comprara gato por lebre.
Obs: tenha um planejamento para crises. Elas não escolhem hora para acontecer.
Consulte um assessor.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Veja lista de março com 130 livros a partir de R$ 1,99; seleção tem carreira, filhos e receitas
A Publifolha oferece mais de 130 livros em promoção, com preços a partir de R$ 1,99. Veja lista completa de livros em promoção no site da Publifolha
Porque ler, é uma das formas de salvar este país.
Porque ler, é uma das formas de salvar este país.
terça-feira, 11 de março de 2008
Ano de perdas de profissionais brilhantes...escalaram mais um
Nota de falecimento – Antonio De Salvo
Faleceu nesta madrugada, 11/03, o diretor-superintendente da ADS Assessoria de Comunicações, Antonio De Salvo.
O Conrerp 2ª Região presta suas homenagens a este profissional brilhante e ser humano de irrepreensível caráter, ao qual tivemos a satisfação e o orgulho de conceder o Troféu Vera Giangrande durante o Prêmio Nacional de Opinião Pública em 2006 – láurea máxima das Relações Públicas em reconhecimento aos profissionais que verdadeiramente contribuíram para o crescimento e consolidação da profissão no Brasil.
Natural da Sicília, De Salvo foi um dos profissionais de Comunicação mais conhecidos e respeitados do Brasil, país que elegeu para construir sua vida familiar e profissional. Há mais de 40 anos dedicou-se ao trabalho de Relações Públicas, área que ajudou a consolidar ao lado de outros grandes profissionais.
O velório acontece a partir das 11h, no Cemitério do Morumbi, rua Deputado Laércio Corte, nº 468. O sepultamento será realizado às 16 horas.
De Salvo deixa a esposa Ingrid Rauscher, diretora-geral da agência, os filhos Rosana – também diretora da agência - Monica, Luiz Eduardo e Giuliana, além de cinco netos, colaboradores e amigos que, com certeza, preservarão na memória seu talento e vitalidade
CONRERP SP / PR - 2ª Região Telefones: (11) 3872-4020 / 0800 167 853Fax: (11) 3672-9332Rua Monte Alegre, 212 cj. 61 - PerdizesCEP: 05014-000 São Paulo - SPwww.conrerp2.org.br
Faleceu nesta madrugada, 11/03, o diretor-superintendente da ADS Assessoria de Comunicações, Antonio De Salvo.
O Conrerp 2ª Região presta suas homenagens a este profissional brilhante e ser humano de irrepreensível caráter, ao qual tivemos a satisfação e o orgulho de conceder o Troféu Vera Giangrande durante o Prêmio Nacional de Opinião Pública em 2006 – láurea máxima das Relações Públicas em reconhecimento aos profissionais que verdadeiramente contribuíram para o crescimento e consolidação da profissão no Brasil.
Natural da Sicília, De Salvo foi um dos profissionais de Comunicação mais conhecidos e respeitados do Brasil, país que elegeu para construir sua vida familiar e profissional. Há mais de 40 anos dedicou-se ao trabalho de Relações Públicas, área que ajudou a consolidar ao lado de outros grandes profissionais.
O velório acontece a partir das 11h, no Cemitério do Morumbi, rua Deputado Laércio Corte, nº 468. O sepultamento será realizado às 16 horas.
De Salvo deixa a esposa Ingrid Rauscher, diretora-geral da agência, os filhos Rosana – também diretora da agência - Monica, Luiz Eduardo e Giuliana, além de cinco netos, colaboradores e amigos que, com certeza, preservarão na memória seu talento e vitalidade
CONRERP SP / PR - 2ª Região Telefones: (11) 3872-4020 / 0800 167 853Fax: (11) 3672-9332Rua Monte Alegre, 212 cj. 61 - PerdizesCEP: 05014-000 São Paulo - SPwww.conrerp2.org.br
quinta-feira, 6 de março de 2008
A Qualidade sem limites!!!
A ética empresarial aliada à responsabilidade social tem sido o caminho adotado por muitas organizações para a sobrevivência. Vários exemplos surgiram durante os últimos anos mostrando que nenhuma organização é grande ou pequena o suficiente para que o mercado não as torne uma empresa extinta. As partes interessadas já não suportam mais organizações que não tenham conduta ética adequada ao mercado. O acesso e a velocidade da informação fazem com que a visibilidade organizacional ganhe corpo fazendo com que todas as empresas estejam expostas em uma imensa vitrine.
O Prêmio Gestão Banas é o único do mundo que utiliza os requisitos das normas ISO 9001, 14001 e as normas de Responsabilidade Social Corporativa (NBR/ISO 16001, SA 8000 e AA 1000) para balizar suas três categorias. Portanto, receber este Prêmio é poder se comparar a qualquer organização dos mais de 150 países que adotam estas normas.
Dentro de seu programa de melhoria contínua, o Prêmio Gestão Banas 2008, que completa 14 anos de existência, traz algumas grandes novidades que vêm aperfeiçoar ainda mais sua metodologia, beneficiando diretamente as empresas candidatas. O Prêmio Gestão Banas tornou-se o primeiro em seu gênero em todo o mundo com seu Sistema da Qualidade certificado pelas normas ISO 9001.
Para 2008 o Prêmio Gestão Banas contemplará as empresas em três categorias distintas :
- Prêmio Gestão Banas – Qualidade (ISO 9001)
- Prêmio Gestão Banas – Desenvolvimento Sustentável (ISO 14001)
- Prêmio Gestão Banas – Responsabilidade Social Corporativa (NBR/ISO 16001/ SA 8000 ou AA 1000)
Participar do Prêmio Gestão Banas em uma ou mais categorias é possibilitar que a sua empresa seja avaliada por profissionais do mais alto gabarito e ao mesmo tempo colocar em prova seu Sistema interno de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente e Responsabilidade Social Corporativa envolvendo toda a organização. As candidatas têm enormes benefícios em participar do Prêmio Gestão Banas 2008, e um dos mais importantes é participar dos dados sigilosos de benchmarking, da melhoria do sistema de gestão mediante o relatório dos avaliadores além é claro da exposição da imagem e marca como empresa ganhadora.
Será que sua organização está preparada para competir? O seu sistema de gestão está adequado a este novo cenário? Permita que o Prêmio Gestão Banas 2008 auxilie a sua organização a responder a estas perguntas.
Comissão OrganizadoraPrêmio Gestão Banas 2008
Inscreva-se no XIVPrêmio Gestão Banas
Para mais informações
Contato: Christine BanasTelefone: 11 5188-1512e-mail: chrisitne.banas@epse.com.br
Ou acesse
www.premiogestaobanas.com.br
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Organização
Coordenação técnica
O Prêmio Gestão Banas é o único do mundo que utiliza os requisitos das normas ISO 9001, 14001 e as normas de Responsabilidade Social Corporativa (NBR/ISO 16001, SA 8000 e AA 1000) para balizar suas três categorias. Portanto, receber este Prêmio é poder se comparar a qualquer organização dos mais de 150 países que adotam estas normas.
Dentro de seu programa de melhoria contínua, o Prêmio Gestão Banas 2008, que completa 14 anos de existência, traz algumas grandes novidades que vêm aperfeiçoar ainda mais sua metodologia, beneficiando diretamente as empresas candidatas. O Prêmio Gestão Banas tornou-se o primeiro em seu gênero em todo o mundo com seu Sistema da Qualidade certificado pelas normas ISO 9001.
Para 2008 o Prêmio Gestão Banas contemplará as empresas em três categorias distintas :
- Prêmio Gestão Banas – Qualidade (ISO 9001)
- Prêmio Gestão Banas – Desenvolvimento Sustentável (ISO 14001)
- Prêmio Gestão Banas – Responsabilidade Social Corporativa (NBR/ISO 16001/ SA 8000 ou AA 1000)
Participar do Prêmio Gestão Banas em uma ou mais categorias é possibilitar que a sua empresa seja avaliada por profissionais do mais alto gabarito e ao mesmo tempo colocar em prova seu Sistema interno de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente e Responsabilidade Social Corporativa envolvendo toda a organização. As candidatas têm enormes benefícios em participar do Prêmio Gestão Banas 2008, e um dos mais importantes é participar dos dados sigilosos de benchmarking, da melhoria do sistema de gestão mediante o relatório dos avaliadores além é claro da exposição da imagem e marca como empresa ganhadora.
Será que sua organização está preparada para competir? O seu sistema de gestão está adequado a este novo cenário? Permita que o Prêmio Gestão Banas 2008 auxilie a sua organização a responder a estas perguntas.
Comissão OrganizadoraPrêmio Gestão Banas 2008
Inscreva-se no XIVPrêmio Gestão Banas
Para mais informações
Contato: Christine BanasTelefone: 11 5188-1512e-mail: chrisitne.banas@epse.com.br
Ou acesse
www.premiogestaobanas.com.br
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Organização
Coordenação técnica
Faculdade aprova aluno de oito anos no vestibular; OAB pede intervenção do MEC
Sebastião Montalvão
Especial para o UOL
Em Goiânia
O garoto é inteligente ou o vestibular é fácil? Opine
Um garoto de oito anos é o novo calouro na Faculdade de Direito da Unip (Universidade Paulista) de Goiânia. João Víctor Portelinha de Oliveira, que está adiantado na escola em relação aos garotos de sua idade (está no 5º ano do ensino fundamental), pediu aos pais para ser inscrito no vestibular. Surpreendeu a todos ao ter o nome divulgado na lista de aprovados.A situação inusitada aconteceu no último concurso da faculdade e a família já decidiu. Se precisar, vai recorrer à Justiça para garantir a efetivação da matrícula. "É um sonho dele e vamos correr atrás. Ele tem o direito de freqüentar as aulas", disse a mãe do garoto, a arquiteta Maristela Martins Portelinha.
João Víctor foi aprovado para direito, em faculdade de Goiânia, e fez a matrículaEle fez a prova agendada -- modalidade que permite a qualquer candidato marcar prova individual -- na última sexta-feira (29/2) e o resultado saiu segunda (3/3). A matrícula no curso foi efetivada nesta quarta-feira (5). Para Maristela, o filho não é superdotato. Segundo ela, João é uma criança responsável, estudiosa e que gosta muito de ler. "Ele acompanha desde o caderno de esportes até as reportagens de política. O gosto pela leitura o ajudou muito na redação". O tema solicitado na prova foi a capa de uma revista semanal que o garoto havia lido poucos dias antes. "A redação foi fácil. Quem não consegue escrever um texto com base numa matéria que saiu na imprensa?", questiona o garoto.A redação do UOL, em São Paulo, tentou obter uma cópia da prova aplicada no último vestibular da Unip, mas a comissão do vestibular informou que as avaliações só são divulgadas mediante autorização de seu presidente, por e-mail. O UOL enviou o e-mail, mas até as 19h20 desta quarta não havia obtido resposta. Mesmo os estudantes que fazem o concurso não podem levar a prova para casa. "Quero ser juiz federal"João Víctor se define como uma criança normal e que gosta de brincar. Ele disse que não encontrou dificuldade para fazer as provas. "Matemática, fisica e química eu fiquei em dúvida, porque ainda não vi na escola", disse o novo estudante de direito, que se preparou durante uma semana para o vestibular.O primeiro desafio, segundo ele, será conciliar a faculdade e o colégio. "Vou fazer a faculdade de manhã e continuar com os estudos da escola à tarde", diz o garoto, que escolheu direito por influência do pai, William Ribeiro de Oliveira, que está no segundo ano do curso na mesma instituição.Mas os planos de João Víctor vão além do bacharelado. "Quero ser advogado até os 15 anos, mas meu grande sonho é ser juiz federal. Acho que até os 18 eu vou conseguir", disse. TreineiroA unidade da Unip, em Goiânia, não quis se pronunciar sobre o assunto. Através da assessoria de imprensa, em São Paulo, a instituição emitiu uma nota: "De acordo com as normas acadêmicas da Unip, o estudante João Victor Portelinha de Oliveira participou do processo seletivo na condição de 'treineiro', numa prática adotada por várias universidades públicas e privadas.O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua. A singeleza do conteúdo não destoava da linguagem simples, direta, coloquial, com poucos deslizes em relação à norma culta. Este fato o torna merecedor de um acompanhamento especial em seus estudos".OAB quer fiscalizaçãoA OAB (Ordem do Advogados do Brasil), seção Goiás, também se pronunciou por meio de nota. "A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás considera preocupante a informação de que uma criança de apenas oito anos passou no vestibular da Faculdade Unip para o curso de direito. O fato materializa o alerta que a OAB-GO vem fazendo há tempos sobre a mercantilização do ensino jurídico, que não está sendo tratada pelas autoridades com a devida urgência que requer. A OAB-GO defende maior rigor na fiscalização das Instituições de Ensino Superior por parte do Ministério da Educação e luta para que sejam punidas aquelas que tratam o curso de Direito com interesse meramente mercantil, desrespeitando a relevância da boa formação do bacharel para a sociedade.O referido fato, por si só, caso seja comprovado, merece que a instituição de ensino sofra imediata intervenção do MEC para que seja verificado se casos semelhantes ocorrem com freqüência e em que circunstância o episódio ocorreu. Nesse caso, a OAB-GO, uma das principais interessadas em ver apurada a denúncia absurda e defensora de mudanças efetivas no ensino jurídico que priorizem a qualidade do mesmo, se dispõe a acompanhar um ato dessa natureza".
Especial para o UOL
Em Goiânia
O garoto é inteligente ou o vestibular é fácil? Opine
Um garoto de oito anos é o novo calouro na Faculdade de Direito da Unip (Universidade Paulista) de Goiânia. João Víctor Portelinha de Oliveira, que está adiantado na escola em relação aos garotos de sua idade (está no 5º ano do ensino fundamental), pediu aos pais para ser inscrito no vestibular. Surpreendeu a todos ao ter o nome divulgado na lista de aprovados.A situação inusitada aconteceu no último concurso da faculdade e a família já decidiu. Se precisar, vai recorrer à Justiça para garantir a efetivação da matrícula. "É um sonho dele e vamos correr atrás. Ele tem o direito de freqüentar as aulas", disse a mãe do garoto, a arquiteta Maristela Martins Portelinha.
João Víctor foi aprovado para direito, em faculdade de Goiânia, e fez a matrículaEle fez a prova agendada -- modalidade que permite a qualquer candidato marcar prova individual -- na última sexta-feira (29/2) e o resultado saiu segunda (3/3). A matrícula no curso foi efetivada nesta quarta-feira (5). Para Maristela, o filho não é superdotato. Segundo ela, João é uma criança responsável, estudiosa e que gosta muito de ler. "Ele acompanha desde o caderno de esportes até as reportagens de política. O gosto pela leitura o ajudou muito na redação". O tema solicitado na prova foi a capa de uma revista semanal que o garoto havia lido poucos dias antes. "A redação foi fácil. Quem não consegue escrever um texto com base numa matéria que saiu na imprensa?", questiona o garoto.A redação do UOL, em São Paulo, tentou obter uma cópia da prova aplicada no último vestibular da Unip, mas a comissão do vestibular informou que as avaliações só são divulgadas mediante autorização de seu presidente, por e-mail. O UOL enviou o e-mail, mas até as 19h20 desta quarta não havia obtido resposta. Mesmo os estudantes que fazem o concurso não podem levar a prova para casa. "Quero ser juiz federal"João Víctor se define como uma criança normal e que gosta de brincar. Ele disse que não encontrou dificuldade para fazer as provas. "Matemática, fisica e química eu fiquei em dúvida, porque ainda não vi na escola", disse o novo estudante de direito, que se preparou durante uma semana para o vestibular.O primeiro desafio, segundo ele, será conciliar a faculdade e o colégio. "Vou fazer a faculdade de manhã e continuar com os estudos da escola à tarde", diz o garoto, que escolheu direito por influência do pai, William Ribeiro de Oliveira, que está no segundo ano do curso na mesma instituição.Mas os planos de João Víctor vão além do bacharelado. "Quero ser advogado até os 15 anos, mas meu grande sonho é ser juiz federal. Acho que até os 18 eu vou conseguir", disse. TreineiroA unidade da Unip, em Goiânia, não quis se pronunciar sobre o assunto. Através da assessoria de imprensa, em São Paulo, a instituição emitiu uma nota: "De acordo com as normas acadêmicas da Unip, o estudante João Victor Portelinha de Oliveira participou do processo seletivo na condição de 'treineiro', numa prática adotada por várias universidades públicas e privadas.O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua. A singeleza do conteúdo não destoava da linguagem simples, direta, coloquial, com poucos deslizes em relação à norma culta. Este fato o torna merecedor de um acompanhamento especial em seus estudos".OAB quer fiscalizaçãoA OAB (Ordem do Advogados do Brasil), seção Goiás, também se pronunciou por meio de nota. "A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás considera preocupante a informação de que uma criança de apenas oito anos passou no vestibular da Faculdade Unip para o curso de direito. O fato materializa o alerta que a OAB-GO vem fazendo há tempos sobre a mercantilização do ensino jurídico, que não está sendo tratada pelas autoridades com a devida urgência que requer. A OAB-GO defende maior rigor na fiscalização das Instituições de Ensino Superior por parte do Ministério da Educação e luta para que sejam punidas aquelas que tratam o curso de Direito com interesse meramente mercantil, desrespeitando a relevância da boa formação do bacharel para a sociedade.O referido fato, por si só, caso seja comprovado, merece que a instituição de ensino sofra imediata intervenção do MEC para que seja verificado se casos semelhantes ocorrem com freqüência e em que circunstância o episódio ocorreu. Nesse caso, a OAB-GO, uma das principais interessadas em ver apurada a denúncia absurda e defensora de mudanças efetivas no ensino jurídico que priorizem a qualidade do mesmo, se dispõe a acompanhar um ato dessa natureza".
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