Por:Jorge Corrêa*
Apesar de ser uma mania há décadas, o álbum de figurinhas da Copa do Mundo deste ano vem surpreendendo quem vende e quem compra. Na cidade de São Paulo, menos de cinco dias depois do lançamento, em 11 de abril, já passou a ser difícil de encontrar as figurinhas na maioria das bancas da região de central e mesmo de locais mais distantes, gerando a irritação de consumidores e donos de banca.
“Todas as Copas é sempre assim. A Panini sempre manda um número bem menor de figurinhas que a procura”, afirmou Ricardo Carmo, presidente do Sindicato dos Donos de Bancas de Jornal de São Paulo. “Sabíamos que a procura seria grande, como sempre. Mas esse ano está uma loucura. Nunca tínhamos visto algo assim.”
Multinacional responsável pela produção e distribuição dos álbuns e das figurinhas, a Panini não divulga números de vendas ou até mesmo de distribuição, nem de anos anteriores. Mas o sindicato revelou que para a cidade de São Paulo, na primeira fase de vendas, foram disponibilizadas cerca de 1000 figurinhas para cada uma das 5000 bancas registradas na entidade, chegando mais ou menos 5 milhões de cromos.
Procurada pela reportagem do UOL Esporte, a Panini apenas divulgou uma nota entusiasmada por meio de sua assessoria de imprensa, mas sem maiores esclarecimentos:
“Comunicado Oficial: O álbum oficial da Panini Copa do Mundo Fifa 2010 - Africa do Sul, lançado no último dia 11/04 é um mega sucesso. A mania realmente contagiou a todos. Crianças, Jovens e Adultos estão colecionando e curtindo essa emoção. Os envelopes mal chegam às bancas e já se esgotam. Colecionadores comprando mais de 50 envelopes de uma única vez. Devido a este sucesso, em algumas bancas tivemos venda muito superior à esperada, gerando um desabastecimento temporário. A Panini Brasil, visando atender com qualidade e agilidade esta demanda, está reabastecendo todas as praças do Sudeste neste final de semana, evitando assim a falta dos envelopes.”
O problema gerado pelo desabastecimento já começa a repercutir entre colecionadores em redes sociais, como Twitter, Orkut e Facebook. “Tem dias em que eu passo em bancas de três bairros diferentes e já não tem figurinha. Esse povo tem de ser menos nerd”, brincou um colecionador. Vários já tentam entrar em contato com a editora por meio do perfil dela no Twitter, mas não recebem nenhuma resposta.
Algumas bancas realmente relataram que receberam uma nova carga de envelopes, mas que em poucas horas se esgotam. “Na sexta-feira [passada], entregaram uma carga mas acabou antes do meio dia. Terça agora deve chegar outra, só que quem quiser, é melhor vir bem cedo”, afirmou Geraldo Tatsui, dono de duas bancas na Avenida Brigadeiro Faria Lima, região oeste de São Paulo.
“A Panini não procurou o sindicato, não procurou as bancas, não procurou ninguém para falar como e quando seria a distribuição das figurinhas. Não temos dados oficiais nem nada. Fica difícil até falar para o pessoal o que vai acontecer”, explicou Ricardo Carmo.
E os próprios jornaleiros não sabem ainda como proceder. Apesar de donos de bancas e consumidores reclamarem da falta de novos envelopes de figurinhas, isso não acontece em todos os lugares. A localização de alguns pontos de venda é levada em conta na hora de serem enviadas novas cotas. É o caso da banca ‘A Japonesa’, na esquina da rua cônego Eugênio Leite com a rua Artur de Azevedo, de frente a um colégio desativado em São Paulo.
Cotas para manter os clientes
Sem saber exatamente quando será, ou se será, normalizada a distribuição dos envelopes de figurinhas do álbum da Copa do Mundo deste ano, algumas bancas da cidade de São Paulo estão adotando uma cota máxima ‘pacotinhos’ para cada consumidor. A ideia é tentar atender o maior número possível de pessoal e não perder clientes. Assim, cada um pode comprar apenas dez ou 20 envelopes por mês.
“Isso é um fato normal e não vemos problema nenhum nisso, para que os donos da banca possam ajudar todo mundo. É complicado alguém chegar e não ter mais as figurinhas. É uma situação difícil de administrar, então temos de fazer o que está ao nosso alcance”, disse o presidente do Sindicato dos Donos de Bancas de Jornal de São Paulo.
*Colaborou Vinícius Mesquita
Fonte: http://copadomundo.uol.com.br
Avaliação CH: Péssimo posicionamento. O esclarecimento da assessoria gera ainda mais expectativa de um produto que já frustrou o consumidor e desestimulou as vendas.
Para quem acha que gestão de risco e crise de imagem é falta de posicionamento em marketing. Pois é. O marketing "bem posicionado" gerou isso.
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