quarta-feira, 11 de abril de 2012

Mais da metade das inovações falha no PDV


Nielsen revela que 54% das inovações não preenchem os requisitos para terem êxito no ponto de venda.

Janaina Langsforff
Em cada dez itens e conceitos testados pela indústria brasileira, mais da metade chegará às gôndolas com grandes possibilidades de fracasso. A conclusão é de uma pesquisa feita pela Bases, área da Nielsen que estuda o provável desempenho de uma inovação. A análise leva em conta 12 parâmetros, cada um classificado dentro de quatro escalas (excelente, pronto, arriscado e fracasso), conforme o potencial de sucesso do produto e o seu grau de preparo para ser lançado ao mercado.
As chances de êxito são garantidas somente para aqueles que tiverem atingido os graus “pronto” ou “excelente” em todos os fatores avaliados. Mas o rigor da metodologia não para por aí. Bastam apenas dois apontamentos na zona do “fracasso” para considerar o produto “tão fraco quanto o seu ponto mais fraco”, compara Chris Adrien, diretor da Bases. Os profissionais da Nielsen já examinaram 130 mil iniciativas em 60 países desde 1977.
No Brasil, a área reprovou 54% dos 430 conceitos testados nas áreas de alimentação, limpeza, higiene pessoal e medicamentos OTC (isentos de prescrição médica) nos últimos quatro anos. Esse mesmo índice se repete também no estudo de 600 itens efetivamente lançados globalmente. “Cruzamos a teoria brasileira com a prática observada em outros países para extrair os 12 fatores de sucesso”, explica Juliana Acquarone, da Bases Brasil.
Os escorregões acontecem principalmente em dois quesitos: no poder de atração do produto e no desejo de compra. Globalmente ou localmente, segundo a Bases, o que importa é diferenciar a marca no ponto de venda e oferecer itens capazes de solucionar problemas rotineiros. “A responsabilidade do produto é ser relevante”, sublinha Eduardo Bonelli, gerente de marcas da japonesa Ajinomoto, dona da marca Miojo em parceria com a Nissin. Embalagens mais adequadas à entrega do benefício prometido ou até uma nova cor já são suficientes para romper as referências da categoria, a que apresenta melhores índices de aprovação no estudo da Nielsen. “Mas os produtos hoje são muito parecidos”, constata Juliana.
+Crédito: Nielsen Bases
Fonte: Meio & Mensagem



Performance mais satisfatória foi encontrada na indústria alimentícia

2 comentários:

VanderleiDR disse...

Considere as seguintes situações: uma grande indústria lança um novo produto direcionado para limpeza doméstica mas em uma embalagem que não é a mais adequada e sobre isso se manifesta um consumidor. Como resposta recebe um e-mail de agradecimento elogiando a atitude mas na prática ignora totalmente a sugestão. Em outro caso o controle de qualidade de uma indústria automobilística telefona para o comprador pedindo que o mesmo se manifeste sobre o atendimento, não sobre o produto-automóvel. Como resposta ouve algumas críticas relacionadas com o não atendimento pós venda a pequenos defeitos encontrados no produto-automóvel e o consumidor ouve como resposta: "que nota o senhor daria etc." ao invés de providenciar o encaminhamento para solução. Houve falha?

CHCom - Claudia Hespanha disse...

Com relação à embalagem, o assunto fica um pouco complicado. Houve um estudo, elaborou-se um design e houve um investimento muito alto envolvendo vários aspectos até sua concepção final. O fato é que somente haverá alguma alteração sob duas circunstâncias: 1. os consumidores (milhares) reclamam e a empresa perde share. 2. Lançam uma embalagem comemorativa como estratégia de marketing. Em relação ao veículo o pós-venda é tão ou mais importante que a própria venda. Manter um consumidor fiel e leal é inestimável.Já o atendimento...ah o atendimento...