Richard Neill, um internauta anônimo, revoltado com o discurso das propagandas de absorvente, resolveu se manifestar. Para tanto, deixou um recado para lá de sincero na página do Facebook da Bodyform, fabricante do produto de higiene íntima feminina. Escreveu:
“Como homem, preciso perguntar por que vocês mentiram para nós durante todos esses anos. Quando criança, assistia seus comerciais com interesse sobre quão maravilhoso era aquele momento do mês em que as mulheres podiam aproveitar tantas coisas e eu ficava um pouco enciumado. Quero dizer: andar de bicicleta, montanha-russa, dançar, pular de paraquedas e eu não podia aproveitar esses momentos (…) Droga de Pênis!! Então eu arrumei uma namorada (…) Você mentiu!! Não houve alegria, esportes radicais, água azul se derramando sobre as abas (…) Como a minha mulher mudou de amorosa, gentil e de pele normal para a pequena garota do exorcista, com a adição de veneno e cuja a cabeça girava em 360º. Obrigado por me preparar para isso, Bodyform, seu demônio astuto”
Para sair da saia justa, a Bodyform divulgou um vídeo em que a CEO da empresa pede desculpas de maneira divertida a Richard pelos anos de mentira. A ação da marca foi legítima não por ter tido a ideia de criar um vídeo de desculpas, mas por não ter ignorado o comentário de Richard que, mesmo sendo uma trollagem, é uma verdade.
O Storytelling, a verdade e a veracidade
Escrever a verdade é um dos pontos defendidos pelo guru dos roteiristas de Hollywood, Robert Mckee. “Write the truth”, diz.
Porém, mais que escrever uma verdade, já reparou que uma história que contém uma verdade parece ser mais forte que uma história que é apenas verdadeira?
No caso dos comerciais de absorvente, em que as mulheres aparecem felizes e dispostas a praticar aventuras e esportes radicais em um período que justamente sentem vontade de se esconder do mundo, não existe nem verdade na história e nem história verdadeira.
Como falar a verdade em casos delicados
Veja bem, não estamos aconselhando as empresas de absorventes a retratarem detalhadamente tudo o que acontece com a mulher nesse período um tanto quanto crítico, mas em criar um personagem que traga uma verdade do que realmente se passa.
Colocar o depoimento de um marido que tem que aturar a mulher nessa fase, de maneira divertida, pode ser uma maneira honesta de demonstrar a importância do produto. Sem contar que a mulher disposta e extramente radiante dos comerciais de absorvente, além de ser mentira, já virou um ícone dos clichês publicitários!
Confira o vídeo resposta da Bodyform clicando no link abaixo:
Por Lais Modelli da Soap
Fonte: Postado em Marketing por Canal do Empreendedor
Um comentário:
Sinceridade, quando possível - regra de ouro da publicidade.
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