quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O QUE VEM POR AÍ NO MUNDO DIGITAL QUE PODE AFETAR AS RELAÇÕES PÚBLICAS










Sempre no final e no começo dos anos a gente se mete “à besta” e “prevê” o que vai pegar naquele próximo período.

Pois, bem! Fazendo esse exercício de futurologia baseada em um evento voltado para o mercado varejista dos Estados Unidos – o NRF (National Retail Federation), segue meu primeiro post de 2013 aqui no Blog Relações. Por que eu escolhi essa feira para ditar as tendências? Porque acredito que o que vale para o varejo é extensível para boa parte dos mercados.

Segundo o Blog do Google Varejo Brasil, cinco temas foram recorrentes em praticamente todas as palestras do evento: Mobile, Omni-Channel, Big Data, Capitalismo Social e Conexão Emocional com a Marca. Vamos a cada um deles.

Os tais dispositivos e aplicativos móveis estão “na crista da onda” e passam a ser integradores de vendas, ou seja, o usuário pode comparar, consultar, aprofundar-se e decidir onde e que modelos comprar por meio deles. Para o lojista, pode ser uma ferramenta auxiliar de vendas. Do ponto de vista de RP: o profissional tem que aprender a gerar conteúdo para esse canal, além de funcionar como um curador digital de conteúdos, informações entre a organização e seus públicos.

A tendência de Omni-Channel já foi tratada como realidade pelo evento. Omni-Channel significa que não existe mais um canal de compras. O consumidor dos dias de hoje é multi e cross canal, isto é, compra em diversos canais conforme for mais conveniente e prático para ele e pode realizar compras em ambientes físicos e virtuais. O que pode ser considerado Omni-Channel? Lojas físicas, venda porta a porta, comércio eletrônico, Mobile Commerce, TV commerce, Social Commerce, entre outros. Do ponto de vista de RP: temos múltiplos canais para nos relacionarmos com os nossos públicos de interesse e temos que ter estratégias diferenciadas e linguagens adequadas para cada um deles.

O conceito de Big Data consiste em transformar dados e informações geradas pelo consumidor em ações para incremento de vendas e relacionamento com esse público. Em outras palavras, o que o usuário posta em redes sociais poderia ser insight para melhorar o relacionamento dele com a organização ou mesmo gerar novos produtos e serviços. Do ponto de vista de RP: ter acesso a esse tipo de informação e usá-las com inputs para a criação de ações de relacionamento com os públicos de interesse. Qual é o grande problema dessa tendência? Ainda é muito difícil transformar o emaranhado de dados e categorizá-los em informações que façam sentido a todos.

Capitalismo social parece até um paradoxo, mas é uma tendência no sentido de que conclama as empresas para promoverem o bem estar das sociedades por meio de ações reais de criação de empregos, auxílio à economia do país etc. Do ponto de vista de RP: lembram-se das famosas frases que definiam RP como sendo a atividade responsável por criar uma harmonização entre organizações e seus públicos. Pois, é…por aí! Entender os anseios da sociedade e analisar, do ponto de vista corporativo, onde a empresa pode colaborar.

E, por fim, a tendência de Conexão Emocional que parece ser o elixir que as marcas tanto buscam para se atingir o sucesso junto aos seus consumidores. Ter consistência no discurso em todos os pontos de contato que a marca têm com seus usuários pode ser o diferencial que o consumidor procura para comprar da sua marca e não da concorrente.

O blog do Google Varejo Brasil recomenda o vídeo da Coca-Cola para ilustrar esse conceito de Conexão Emocional com a marca: http://youtu.be/gZytIFTsQHA. Do ponto de vista de RP: transformar a marca em uma lovemark por meio de produtos e serviços decentes e, mais do que isso, promover experiências positivas da organização com seus públicos de modo a criar conexões emocionais e de maneira que os consumidores se tornem embaixadores da marca. Mais vale um terceiro falando bem da gente do que a gente mesmo se vangloriando, correto?

Também falei de tendências para as mídias sociais no projeto Ideas Scup no final do ano passado. Se tiver curiosidade, passa lá também: http://ideas.scup.com/pt/scup-50-futuro-das-midias-sociais/carolina-terra/.


Fonte: http://networkedblogs.com/I04z7

Carolina Terra é doutora e mestre em Interfaces Sociais da Comunicação, ambas pela Escola de Comunicações e Artes da USP. É pesquisadora, consultora e professora de Mídias Sociais e Comunicação Organizacional, atuando como docente na Fecap, FAAP, Belas Artes e ECA-USP. É autora do livro Blogs Corporativos (Difusão Editora) e editora do blog RPalavreando.


Nenhum comentário: