As classes de renda mais alta vêm sendo, até o momento, as mais afetadas com a crise global, segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Os efeitos da turbulência mundial se intensificaram em 2009, quando mais brasileiros deixaram as classes AB e C, revela a "Crônica da Crise: ressaca e Resiliência Recentes", divulgado nesta quarta-feira.
De setembro a fevereiro, a classe AB diminuiu 3,8%. A classe AB, pelo critério da FGV, engloba famílias com renda superior a R$ 4.807. Já a classe C [renda domiciliar entre R$ 1.115 e R$ 4.806] encolheu 0,9% em igual período.
Ao mesmo tempo, a classe D [renda domiciliar de R$ 804 a R$ 1.114] cresceu 1,1%, e a classe E [renda abaixo de R$ 804] teve expansão de 5,1%.
"A crise afetou os mais qualificados e os mais educados. Mas os impactos foram generalizados", afirmou o economista Marcelo Neri, responsável pela pesquisa.
Nos últimos cinco anos, o movimento das classes foi exatamente o inverso ao verificado desde o agravamento da crise. Desde fevereiro de 2003, a classe AB aumentou 39,7%; já a classe C cresceu 25%. Em igual período, encolheram as classes D (-18,2%) e E (-38,4%).
Segundo Neri, a mudança de direção na movimentação das classes econômicas se intensificou a partir de janeiro.
"Janeiro aparece como o ponto crítico da crise até agora, do ponto de vista de transição da composição das classes econômicas. A crise que começa nas bolsas lá fora e aqui no país chega ao bolso do cidadão comum", observou.
Fonte: Folha de São Paulo
Escrito por: Cirilo Junior
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